terça-feira, 8 de maio de 2012

Sob o Sol da Toscana - Capitulo 3 - Quase na Toscana


CAPÍTULO 3 – Quase na Toscana.
O aeroporto era um tanto longe do hotel. Ou se não era, estava parecendo. Não sei há quantos minutos já estávamos no táxi, mas o Cullen já tinha conseguido me irritar profundamente. Parecia que ele queria se mostrar, porque ficava toda hora dando palpite no caminho do motorista. Eu juro, eu não vou me controlar se ele falar mais alguma coisa. É que agora eu decidi que eu vou tentar ser educada com esse sujeito, só pra não estragar a viagem, na verdade, só pra não estragar a felicidade daquela baixinha metida a cupida que só me mete em furada.
- Com licença, seu motorista – falou Edward – mas por que o senhor pegou esse caminho?
Puta merda! Fica calma, Bellinha, respira, conta até 10, mas não seja grosseira.
- Desculpe, senhor, mas esse é o melhor caminho que temos a seguir. – O taxista falou novamente com sotaque italiano forte, mas de um jeito que dava pra entender.
- Devo discordar. Tem a outra avenida, que daria muito bem para chegar ao hotel e até mais rápido.
11, 12 , 13 , 14... TALVEZ SE CONTAR ATÉ 100 AJUDE.
- Olha, senhor, eu sou taxista há quinze anos, sei o que estou fazendo.
- É, e eu também. Provavelmente enrolando a gente para a corrida sair mais cara!
PORRA, AGORA CHEGA! E NINGÚEM DIZ QUE EU NÃO TENTEI!
- Caramba, Cullen! Será que você pode parar de dar palpite no que o taxista está fazendo? Como ele disse, ele sabe o que está fazendo!
- Eu já estive aqui antes, Swan, sei muito bem que ele pode estar nos enrolando. Não esqueça que essa corrida também vai sair do seu bolso.
- Será que você pode parar de só ver o lado ruim nas pessoas? Ele está indo por outro caminho apenas, você já pensou que o seu caminho pode estar engarrafado, ou qualquer coisa do gênero, e o moço só quer nos ajudar?
- Talvez eu não veja só o lado ruim das pessoas, talvez você que seja muito ingênua!
Eu ia já revidar o que o Cullen falou, quando ouvi uma gargalhada vinda da frente do carro, e percebi que era o taxista rindo, ao que parecia, da nossa cara.
- E o senhor, do que é que está rindo? – Eu e o Cullen perguntamos ao mesmo tempo.
- É que eu sei como isso acaba.
O que ele quis dizer com “eu sei como isso acaba”? Isso o quê?
- Não entendi. O que seria... isso?
- Ora, vocês dois, se odiando. Sei muito bem onde isso acaba. É o legítimo e clássico “os opostos que se atraem”.
OH NÃO! DE NOVO ISSO? ESSA HISTÓRIA DE OS OPOSTOS QUE SE ATRAEM? E NO MESMO DIA? SÓ PODE SER PERSEGUIÇÃO! Será que a Alice pagou esse taxista pra falar isso? Ela bem que seria capaz...
- Senhor – falou Edward, que parecia tão... espantado com as palavras do motorista, quanto eu estava – eu agradeceria se você fizesse o seu trabalho, e não se intrometesse na nossa vida particular.
Ele falou NOSSA vida particular? Eu acho que entendi errado, é, com certeza. Acho que ele percebeu o que falou e o sentido que poderia ter (e também o sorrisinho no canto da boca do taxista).
- Digo... na vida particular dos seus clientes.
Depois disso resolvi ficar na minha. Eu que não ia defender o taxista de novo... Quem manda ele ser intrometido também.
Passaram-se cerca de 10 minutos, e nós chegamos finalmente ao hotel. Ele era bem grande, e tinha um aspecto um tanto luxuoso, o que é ótimo, porque isso deve significar uma comida deliciosa, o que estou esperando ansiosamente, já que eu não como desde o lanche do avião.
O táxi me custou 15 euros. Juntando o meu com o do Cullen, somava 30 euros e isso vale cerca de 60 dólares... É, talvez o taxista não era tão inocente assim... mas eu é que não vou admitir em vida isso a ele!
Peguei minha bolsa, minha sacola de compras do aeroporto e o Will. Saí do táxi, e foi quando tudo aconteceu. No momento que botei os dois pés para fora do táxi e fui andar, o salto do meu sapato ficou preso em um vão da calçada. E para não cair, tive que me apoiar com tudo em cima do Cullen! Justo no Cullen! Sério, no taxista seria melhor. E pra piorar, o salto saiu do sapato. Eu não podiaa simplesmente deixar o salto ali. Juntei o que restou da minha dignidade e fui tirar o salto do vão da calçada. Maldiçãaaaao! Está preso, porra! E não sai! Como que eu vou tirar esse negócio daí?
Ouvi um bufo vindo do Cullen.
- Saia daí, Swan.
- Eu não vou deixar o salto no meio da rua pra alguém tropeçar e cair!
- Eu não disse pra você fazer isso.
Dito isso, ele se aproximou e fez um gesto como se falasse “saia do meu caminho”. Meio a contragosto, eu saí. Até parece que ele vai conseguir tirar o salto...
Merda, ele tirou. E o pior que foi de uma vez. Ele caminhou na minha direção e entregou o salto. Eu corei furiosamente nessa hora. O taxista que olhava tudo da calçada, entrou no taxi e deu a partida. Eu, sem saber o que fazer, resolvi tirar os sapatos (porque não dá pra andar só com um lado do salto) e ir pegar as minhas malas.
- Nem um obrigado, Swan? –Debochou Edward.
-Obrigada – eu murmurei de costas, mais sei que ele ouviu, porque EU ouvi o risinho que veio dele. É... lá se foi o que restava da minha dignidade. É, valeu mesmo pela força J.C. (Esse é o modo como eu me refiro ao meu velho amigo, Jesus Cristo, que devia cuidar de mim, e não deixar que coisas como essa, aconteçam)!
Entrei no saguão do hotel. Emmett, Alice e Jasper já se encontravam lá. Eles tinham saído uns minutos antes do aeroporto, e provavelmente pegaram a outra avenida que o Cullen mencionou. Taxistas italianos... não confie neles.
Emmett não se agüentou, e acabou soltando uma gargalhada bem na minha cara, que foi seguida  por Alice e logo depois pelo Edward. A risada do Cullen era daquelas contagiantes, gostosa de ouvir. Deus, que estou pensando? São um bando de filhos da mãe, isso sim!
- Chega de risadas... Isso é normal de acontecer, já vi várias vezes nos filmes.
- Aham, vai nessa, Bella. Isso só acontece com as imitações baratas de Manolo que você compra lá no centro de NY. – Falou aquela peça rara que é o Emmett.
- Emmett, querido?
- Fudeu, Emmett, ela te chamou de querido. – Falou Alice.
- Eu juro, querido, que se você disser mais umas dessas coisinhas, você vai ficar sem o que você mais ama nesse seu corpinho.
- Meus músculos?
- Não, querido, aquela outra coisinha.
Emmett pareceu entender ao que eu estava me referindo e assustado botou as mãos sobre o seu “documento”.
- Não precisa ameaçar o Júlio também, né. Bells?
- Júlio? – Falou Alice – Será que vocês dão nome pra tudo?
Nessa hora, Jasper veio ao nosso encontro. Ele estava nos registrando no hotel.
- Certo, como eu e Lice convidamos, vamos pagar pela estádia de todos no hotel.
- Quê isso, Jasper – Falou o Cullen, para a minha surpresa – Eu sou o padrinho, posso pagar a estádia.
- Acho que cada um pode pagar pelo seu quarto.
- Eu insisto, Isabella. Vocês podem ver como o meu presente, ok?
- Tem certeza, Ed? – perguntou Alice.
- Claro, o que vocês iam gastar na estádia, fiquem para o casamento, ou para a casa de vocês.
- Obrigada, Edward.- Falou Jass – Você está sendo muito generoso.
Eu confesso que estava surpresa com a atitude o Edward. Depois de todo aquele negócio com o táxi, e eu chamar ele de muquirana...estava surgindo em mim uma pontinha de vergonha.... mas não o suficiente para eu me desculpar.
- Certo. Aqui estão as chaves. Botamos Edward e Emmett em um quarto, eu e a Alice em outro, e como a Bella é a única mulher que restou, deixamos ela em um quarto sozinha.
- Acho que isso foi uma indireta, Bells...
- Emmett, você já se esqueceu do... hm, Júlio?
- Brincadeirinha, hehe.
- Edward, você vê algum problema em dividir o quarto com o Emmett? É que como achávamos que íamos pagar, queríamos economizar...
- Não tem problema, Jasper, é só uma noite.
- Poxa... Ninguém pergunta o que eu acho – reclamou O folgado, ou seja o Emmett –  e se o Edward roncar? Ele ronca, Bells?
Ah... que vontade de dizer sim....
- Não em aviões, pelo menos.
- Certo, são 21 horas agora. Que tal nos encontramos as 22:00 no restaurante para um jantar italiano?
- Feito. – Emmett respondeu de prontidão.
Fomos para os elevadores. Eu, o Cullen e o Emmett ficamos no mesmo andar, o décimo quinto, e Lice e Jasper no décimo oitavo, por isso pegamos elevadores diferentes. Só que a anta que é o Emmett, resolveu que tinha que ir ao banheiro NAQUELE MOMENTO, sendo que não deu tempo nem dele raciocinar que, no quarto, TEM banheiro.
Então, no elevador, restamos eu e o Cullen, porque esse hotel tem o elevador de serviço, que é onde os funcionários levam as malas no carrinho para os quartos.
Resolvi, hm, ser sociável com o Cullen.
- Então... bonita a sua atitude em relação a pagar a estádia.
- Isso é um elogio, Srta. Isabella?
- Pare de me chamar de Srta. Isabella.
- Bella é melhor?
- Hm... talvez, mas você pode me chamar de Swan mesmo, eu prefiro.
- Certo. Sabe, Swan, eu apenas fiz isso, pagar a estádia, porque o Jasper já está decidido, então acho que esse é o melhor presente que eu poderia dar a ele, apesar de não concordar.
Franzi a testa. Do que o Cullen estava falando? – A que você esta se referindo?
- Ao casamento.
Espera aí, ele é CONTRA o casamento do próprio irmão? Mas como isso é possível? Alice e Jasper são perfeitos juntos!
- VOCÊ É CONTRA O CASAMENTO DO JASPER E DA ALICE?
- Ei, porque você ta gritando? Eu sou sim, e daí?
- “E dai?”? Daí que você não pode ser contra esse casamento! O Jasper é seu irmão, você tem que querer o melhor pra ele!
-É exatamente por isso que eu sou contra.
- Mas, é casamento, a maior prova de amor, a união de duas pessoas, e Jass e Alice são muito felizes juntos, eles se amam!
- Você sabe não, é, Swan? Que amor é só uma reação do nosso cérebro, achamos que amamos por causa de uma substância que ele produz quando estamos felizes ou sentimos prazer.
Eu estava boquiaberta. Eu sentia alguma coisa pegando fogo dentro de mim, e era a raiva desse sujeito por falar uma coisa tão... argh, eu nem sei o quê!
- ISSO É RIDICULO! Você está dizendo que o Jasper e a Alice não se amam?
- Estou dizendo que ninguém ama ninguém, é só ilusão.
- Olha aqui, senhor coração de pedra, eu sei muito bem que você só é amargo desse jeito, porque te deixaram no altar. Mas pra sua informação, você não é o único que já sofreu por amor. E só porque a top model vadia que com quem você quase casou não te amava, não significa que amor não existe. Meus avós foram casados por mais de cinqüenta anos, e se eu tenho uma porra de uma certeza nessa vida é que eles se amavam!
Sério, agora eu arrasei, né? Eu estava totalmente exaltada, vermelha e brava. O Cullen me olhava de um jeito muito surpreso, não sei se porque eu explodi e falei tudo, ou porque eu chamei a ex-noivinha dele de vadia.
- Quer dizer que você já sofreu por amor?
A pergunta me pegou desprevenida, eu não suportava falar nesse assunto.
- Não quis dizer necessariamente eu, mas outras pessoas também, que sofreram e superaram. Então, supere você também, e pare de falar merdas como “amor não existe”. Você tem muito o que viver ainda. Tem o que, 23, 24 anos?
Nesse momento chegamos ao décimo quinto andar. Nossos quartos eram separados por três outras portas. Me encaminhei para o meu quarto, mas antes de entrar, resolvi deixar um aviso pro Cullen:
- Só uma coisa, Cullen.
- O que ainda quer, Swan?
- É bom você não mexer um dedo pra atrapalhar esse casamento, entendeu?
Ele sorriu de um jeito que poderia derreter uma geleira, (mas nesse caso, eu só fiquei mais brava), e antes de entrar no quarto, falou.
- 26, Swan.
- 26 o quê?
- Anos.
                                                                                ***
Eu estava no elevador, descendo pro jantar, pontualmente as 22:00 horas. Por sorte eu não tinha esbarrado com o Cullen no elevador, o que é ótimo, porque esse homem tem o poder de me irritar, e me frustrar toda vez que eu o vejo. Eu estava começando a pensar que ele afinal, poderia não ser tão ruim assim, mas aí ele vem com esse papo de “amor não existe”! Tinha que ser um amargurado mesmo pra falar isso. Mas eu quero ver, no dia em que ele se apaixonar por alguém que não seja uma vadia, e que ame ele também. Eu sei, eu nunca achei o meu verdadeiro amor, pelo contrário, eu tinha tudo para ser uma amargurada. Mas eu sei que esse caminho só leva pro lado da solidão e da desilusão.
Aproveitei pra dar uma conferida no visual no espelho do elevador. Hm, nada mal. Eu tinha tomado um banho e lavado bem o cabelo pra tirar os restos mortais do maldito milk shake, fiz uma pequena hidratação e passei a chapinha. Estava bem melhor agora. Botei um vestidinho florido e campestre que ia até o joelho, e pra acompanhar uma linda rasteirinha. Estava só com brilho labial e o lápis de olho, que era a minha vaidade. Só o que não estava muito bem eram as minhas unhas... Eu tinha a praga de roer elas.
 Cheguei ao andar do restaurante, e logo avistei todo o pessoal.
- Hey, gente – falei me sentando na cadeira ao lado de Alice – Estou atrasada?
- Não, Bells, a gente que se adiantou.
- Ok... Então, podemos pedir?
-Bella, é que o Emmett tava com muita fome, e o Edward acabou fazendo os nossos pedidos, já que ele conhece tão bem a culinária italiana.
Cullen, sempre se exibindo, não é mesmo?
- Eu pedi pra você o mesmo que o meu, Bells – Falou Alice – Você não fica chateada, não é mesmo?
Olhei diretamente para o Cullen – É claro que não, Alice.
O nosso pedido chegou, e eu tinha que admitir que pelo menos na hora de pedir a comida o Cullen sabia o que fazer. O meu prato era um delicioso canellone de ricota, nhoc quatro queijos e uma lasanha a bolonhesa. Saboreei o jantar com muito prazer, já que eu não comia desde as três da tarde.
As conversas na mesa eram normais e divertidas. Eu estava atenta ao Cullen todo o segundo, pois ao primeiro sinal dessa história de ele ser contra o casamento eu iria intervir. Uma coisa era ele falar pra mim essas cretinices, outras era ele falar pro Jasper e pra Alice.
Acabou que o jantar foi bem tranqüilo. O Cullen não tinha falado nada impróprio e dessa vez os noivos fizeram questão de pagar a conta. Fomos todos no mesmo elevador (graças aos céus) e combinamos de nos encontrar às 8 horas para no café da manhã e logo depois partir para Florença. Não falei mais com o Cullen em particular desde o “episódio no elevador”, mas podia perceber uns olhares dele de vez em quando na minha direção.
Assim que entrei no quarto, só fiz botar o meu confortável pijama de flanela e escovar os dentes, e me joguei na cama.
Acordei no meio da noite por causa de um sonho muito estranho. Era meio que um pesadelo, eu acho. Estávamos no cartório à espera de Jasper para o casamento, quando o Cullen chegava avisando que ele tinha ido embora e nunca mais voltaria. Quando eu ia tirar satisfações com o Cullen, ele me jogava um enorme copo de milk shake na cabeça.
Não conseguiria dormir tão rápido, então liguei a TV, que era a cabo. Resolvi procurar o único canal que me acalma quando tenho pesadelos no meio da noite: Disney Channel. Estava passando uma das minhas animações favoritas, Procurando Nemo. O filme era todo em italiano, mas eu já tinha visto tantas vezes que sabia metade das falas decoradas. Eu apesar dos meus 24 anos, sou uma enorme fã da Disney, desde que eu era bem pequena. Deitei a cabeça no travesseiro, e vendo o filme, esperei o sono vir.
                                                                                 ***
O interfone tocou às 7 horas em ponto. Eu havia pedido para o recepcionista interfonar, pois sei que eu não conseguiria acordar tão cedo assim, depois de um dia cansativo como ontem e ainda mais com a minha inesperada insônia. Vi quase todo o filme, e depois dormir foi inevitável, mas agora pela manhã eu ainda tinha as imagens do meu “pesadelo” bem claras.
Tomei uma ducha, pra tirar todo o cansaço que ainda me restava, deixei o cabelo molhado para secar naturalmente, e vesti uma jeans confortável acompanhada de uma camiseta preta e um bolero. Botei o pouco que eu tinha tirado das malas de volta nelas, e interfonei, pedindo para virem pegá-las. 
Desci apenas com a minha bolsa de mão e encontrei Alice no restaurante.
- Hey, Lice, onde está o resto do pessoal?
- Ah, os rapazes vieram mais cedo para tomar o café, fazer o check-out e ir pegar o carro que alugamos para ir a Florença e ficar usando nessas duas semanas.
- Ah, claro. Espero que seja um bem grande.
- Com certeza.
Eu acho que nunca tinha visto uma mesa tão grande e com tantas comidas assim. Como eu tinha exagerado ontem no jantar, resolvi pegar apenas um yogurt e umas torradas com um patê delicioso.
Hm... esse yogurt é tão bom.... Será que faz mal se eu pegar só mais um? Acabo de perguntar isso pra Lice, e ela apenas ri, e diz que estamos de férias, que ela mesma vai pegar mais um pra ela e traz outro pra mim.
Oh céus, ela trouxe uns dez yoguttes, e está botando tudo na bolsa!
- Alice, que diabos você está fazendo?
- Ué, Bells, vamos ter fome na viagem, e afinal esse hotel é uma fortuna, não vai fazer mal se a gente levar uns yogurtes.
 - Alice, você só me faz passar por essas coisas!  E se alguém vê?
-Dane-se, eu não conheço ninguém aqui.
Dito isso resolvi comer o meu yogurte, enquanto a baixinha continuava socando os yogurtes naquela bolsa que parecia não ter fundo.
Terminamos o café e quando estávamos saindo do restaurante vimos um Emmett meio pálido chegar.
- Emmett, o que foi?
-É, você tá parecendo fantasma.
-Gente... É que tem um problema que não estava previsto...
-Ai não, vocês não trouxeram o carro?
- Trouxemos...
- Ufa...
- Mas não o carro que a gente ia usar.
- Como assim?? – eu e Alice perguntamos na mesma hora.
Nesse momento entraram Jasper e Edward, eles estavam vermelhos e pareciam estar atrás de alguém. Assim que nos avistaram vieram correndo na nossa direção e o Emm rapidamente se escondeu atrás de mim e Alice.
- Pode sair daí Emmett, como se você pudesse se esconder atrás de duas garotas.
Nossa, o Cullen estava bravo mesmo, mais do que na hora em que eu joguei a bebida estranha na cabeça dele.
- Ei, alguém explica o que está acontecendo! – falou Alice.
-Ah, ele não falou? – Disse o Jass – Então é por isso que vocês ainda não querem matar ele também.
- Que merda que o Emmett fez? – eu falei, olhando feio pro frouxo que ainda estava atrás de mim e da Alice.
- Desembucha, Emmett!
- Deixa que eu falo! É o seguinte, gente: um mês antes da viagem, essa anta foi me visitar no escritório de marketing. Eu estava reservando o carro por e-mail, e estava muito atrasado para uma reunião. Já tava tudo certo, eu preenchi tudo, mas como a internet estava muito lenta, eu pedi pro Emmett enviar o e-mail. Era só esperar o botão verde aparecer e clicar, que tava tudo certo. Só que essa anta, apertou no botão errado e o e-mail acabou nunca sendo enviado!
- EMMET! EU JURO, EU TE MATO! EU TENHO QUE CHEGAR EM FLORENÇA HOJE, PRA DAR TEMPO DE ORGANIZAR TUDO ATÉ SÁBADO! O QUE VAMOS FAZER SEM UM CARRO?
Agora já tínhamos chamado a atenção de muita gente. A sorte, é que se alguém soltar a boca suja ninguém vai entender nada.
- Foi mal galera... É que eu me distraí com umas paradas que tinham na mesa do Jasper, e acabei apertando o outro botão, e tava tudo em italiano! Eu achei que tinha enviado...
- Jass, que vamos fazer? Não podemos nos casar outro dia... O cartório de Florença é muito ocupado, eu não posso marcar o casamento pra outra semana que vamos estar aqui, porque na vai ter data!
Oh céus, Alice estava certa. O casamento seria nesse sábado, e a semana seguinte seria uma pequena lua-de-mel para eles... sem contar que não teria outra data, o tio de Alice demorou muito para conseguir uma vaga.
- Mas, temos um carro – falou o Cullen.
- Temos? – uma Alice espantada que já estava a beira das lágrimas perguntou, com um pingo de esperança na voz.
-Sim, temos – disse Jass – o gerente da firma que aluga os carros ficou com pena quando o Edward explicou toda a história em italiano, e nos cedeu um carro. Só que ele é muito menor do que esperávamos, e vamos levar muito tempo até Florença... devemos chegar só pelo final da tarde...
- Podemos tentar encaixar as coisas no carro – falou o Cullen – mas vai ser uma viagem complicada.
- O que você acha, amor? – falou Jass
- Tínhamos que chegar hoje.... pra organizar tudo até sábado, fazer ajustes no meu vestido se precisar... coisas do gênero. – Falou a Alice mais desanimada que eu já vi na vida.
- Nada nos garante que vamos conseguir outro carro amanhã... talvez se esperarmos as coisas só se atrasem. – Falou Jass – Mas, acho que a decisão cabe a vocês, pessoal, na verdade, só ao Edward e a Bella, o Emmett perdeu todo o direito de opinar que ele tinha.
-É, vocês decidem. – Concordou Alice.
A pergunta me parecia meio estúpida. É CLARO que eu ia dizer sim! O casamento da minha melhor amiga não ia ser impedido por uma estupidez do Emmett!
- É ÓBVIO que SIM, gente! – eu falei.
- Edward...? – Perguntou Jasper.
Olhei para o Cullen, na verdade encarei ele, como se falasse “você vai se arrepender se disser não”. Mas, quem garante que ele ia ter medo de mim? O jeito era tentar convencer ele pacificamente.
- Edward, eu poderia falar com você, em particular?
Ele assentiu e me seguiu até um canto afastado do restaurante, perto dos banheiros. Ele já ia falar alguma coisa quando eu me adiantei.
- Deixa eu falar, por favor. Eu não vou dizer que entendo esse seu conceito de “amor não existe”, porque eu não entendo. Mas, eu sei que você só acredita nisso porque você foi ferido, ferido de verdade, e ao invés de pensar que a sua namorada não prestava é mais fácil pensar que ninguém presta e que amor é uma droga. Mas a gente tem bem aqui, duas pessoas jovens e felizes, que esperaram a vida toda por esse dia, pelo seu casamento, e uma dessas pessoas é o seu irmão. Então, abandone o seu conceito pelo menos nessas duas semanas. Seja contra, mas seja contra internamente e aceite ir nesse carro, por favor.
- Eu não ia negar isso... talvez as pessoas vivam iludidas, mas são felizes. E eu quero que o meu irmão seja feliz.
- Isso é um sim?
- Eu nunca pensei em dizer não.
- Então... você só queria me ver implorar?
- Na verdade, eu estava pensando onde íamos por tantas malas, mais ver você falando por favor pra mim acabou sendo bem satisfatório.
- Você definitivamente é o maior sacana que eu já conheci.
Ele deu um sorrisinho de lado e seguimos ao encontro do pessoal. Eles nos encaravam apreensivos.
- O que vocês estão fazendo parados aí? Já são quase nove horas e temos uma longa viagem pela frente. – Ao falar isso não pude conter o sorriso que se formou em meus lábios.
Alice soltou gritinhos de alegria e me deu um abraço, e Jass foi agradecer ao Edward.
- Que bom, hein, gente? – falou A anta – Tudo deu certo no final...
- Primeiro de tudo, nem vem com essa história de deu tudo certo porque eu juro, Emmett, que se a gente só tiver mais um lugar no carro e tivermos que decidir entre a mala e você, acredite, VAI ser a mala!
Pegamos as malas que já nos esperavam no saguão e saímos para a rua. Lá nos esperava um Citroen C3 amarelo berrante.
- Foi o melhor que conseguimos. – Falou Jass.
- Ok, gente, é difícil porque temos 5 malas grandes e 2 pequenas... mas eu não acho totalmente impossível.
- Vamos tentar, então.
Jass abriu o porta-malas. Ele não era muito grande, mas também não era tão pequeno.
- Certo – falou o Cullen – Vamos por uma em cima da outra, deitadas.
Os rapazes começaram a botar as malas. Colocaram a minha e da Alice uma em cima da outra do lado, a do Jasper e do Edward uma em cima da outra, e havia sobrado um pequeno espaço onde cabia uma mala pequena.
- E agora? – Falou Lice – Não da pra levar essa mala grande lá dentro.
Eu olhei para o espaço que restava...
- Podemos por a mala do Emmett de lado e levamos as duas pequenas dentro do carro.
- Acho que vai dar certo. – Falou o Cullen
Ele pegou a mala e com um pouco de resistência ela entrou do espaço do lado das outras.
- Ei, Ed, toma cuidado aí com a minha mala...
- Fica na tua, Emmett – Tratei logo de cortar ele. – A gente só ta nesse perrengue por culpa sua, então não reclama.
- Pronto, as 5 maiores entraram. – Falou o Jass fechando o porta-malas. – Vamos organizar lá dentro agora.
- Eu dirijo – falou o Cullen – o Emmett vai na frente comigo pra gente ganhar espaço, e atrás vai a Alice, o Jasper e a Swan.
- Porque você decide tudo? – perguntei indignada.
- Porque você reclama de tudo?  - ele respondeu.
- Bells, deixa de implicância, o Ed sabe o que ta fazendo.
 Bufei. Essa Alice é uma traíra mesmo... Em vez de ficar do lado da melhor amiga fica puxando o saco do cunhado! Eu mereço.
Entramos no carro. Deixamos o Emmett bem imprensado na frente pro Jass entrar e botar uma mala entre as pernas. A Alice foi no meio, levando a outra mala, e eu ia atrás do motorista, levando as nossas bolsas e notebooks.
- Aí, Jasper, não empurra tanto – reclamou Emmett – o “bagulho” tá todo imprensado aqui
- Você tem sorte de ainda estar com o “bagulho”.
Depois disso o Emmett resolveu fechar o bico e o Cullen deu a partida no carro. A rádio era toda em italiana então o Cullen resolveu por um CD que ele tinha tirado na mala antes de botar ela no porta-malas.
Beatles, é isso que tem no CD dele! Eu sei, as pessoas, amam os Beatles, acham eles isso e aquilo, que foram a maior banda que já existiram e blábláblá. Mas eu sinceramente, não gosto de Beatles, na verdade, eu não SUPORTO Beatles. Tem só uma única musica que eu realmente gosto deles, I To Want Hold Your Hand, (eu quero segurar a sua mão). Foi com essa música que a minha mãe entrou na igreja (em uma versão mais lenta), ela cantava toda noite no meu berço antes de eu dormir, e nos domingos quando eu era pequena meu pai ligava o som e me chamava para dançar, junto com a minha mãe e ele. Eu gosto dessa música, porque ela tem um nome verdadeiro, que representa o começo e o final. No começo, quando gostamos de uma pessoa, o primeiro passo a dar é segurar a mão dela, e no final, quando queremos demonstrar o gesto mais simples de afeto, é só segurar a mão dessa pessoa.  
Não sei por que, não tomei gosto pelo resto das canções deles, mas o que eu posso afirmar é que eu não queria passar sei lá quantas horas dentro de um carro, esmagada feito uma sardinha em lata, ouvindo Beatles.
- Temos mesmo que ouvir Beatles? – perguntei.
- Problemas com isso, Swan?
-É que a Bella não curte muito Beatles, Edward.
- Bom, é o único CD que eu trouxe, ou você ouve Beatles ou rádio italiana.
- Ah não, radio não – falou Emmett – esses italianos falam todos gritando e eu não entendo bulhufas do que eles falam, deixa no CD mesmo, Bells.
- Mas...
- Eu também concordo – falou Alice.
- Idem – disse Jasper.
Bufei de novo em menos de quinze minutos. Bando de traíras.
Resolvi deixar minha bolsa e a de Alice no pequeno vão que restava entre meus pés, e liguei Will, pra me distrair um pouco e resolvi checar meus e-mails. Como eu já esperava, havia uma mensagem de Rennée a minha espera.
De: rennee_swan@hotmail.com                                                                                                          Para: bella_swan@hotmail.com
Olá querida,
Sei que você deve estar dormindo nesse momento, mas não pude me conter de ansiedade. Como está a Europa? Não vou aí há muito tempo, desde o aniversário de 15 anos de casamento com o seu pai. Falando nele, ontem ele foi ajeitar a antena parabólica na nossa calha, mas acabou caindo... seu pai não aprende mesmo, acho que os ossos dele já criaram uma certa resistência, por que ele não quebrou nada, só torceu o tornozelo. Espero que esteja se divertindo. E o irmão do Jasper? É tudo o que a Alice me falou?
Não demore para responder, seu pai quer noticias rápidas porque está “muito preocupado com a garotinha dele solta na Europa com esses sedutores italianos” .
Beijos,
Mamãe.
Suspirei... Esses são os meus pais. Eles são casados há 25 anos e são muito felizes. Charlie ainda trabalha, mas menos do que antes. Ele é policial chefe, mas supervisiona o que os novatos fazem, e pra preencher o espaço de tempo em que ele fica desocupado, sempre arruma alguma coisa pra consertar em casa... Isso não significa que ele seja bom nisso, porque ele SEMPRE acaba se machucando. Minha mãe é professora do Jardim de Infância e faz artesanato nas horas vagas. Eles moram em NY, mas quando Charlie se aposentar eles vão se mudar pra uma cidade do interior de Washington, chamada Forks.
 Resolvi responder logo o e-mail de Rennée:
De: bella_swan@hotmail.com                                                                                                            Para: rennee_swan@hotmail.com
“Oi mãe.
Não acredito que o papai caiu da calha... de novo. Ele está bem mesmo? Roma é linda e a comida italiana é deliciosa. Quanto ao tal do irmão do Jasper, não acredito que você e Alice estiveram conversando sobre ele pelas minhas costas! Saiba que ele é um homem rude, que gosta de Beatles e diz coisas como “amor não existe” e ainda derramou um enorme copo de milk shake na minha blusa nova e no meu cabelo.
Diga para o papai que a garotinha dele cresceu e que sabe se cuidar. Aliás, enquanto eu verificava a minha mala ontem encontrei um suspeito spray de pimenta entre as minhas roupas. Será que o papai não deixou “cair” na minha mala quando fui me despedir de vocês ontem?
Mando mais notícias em breve.
Beijos,
Bella.
Mal cliquei enviar, quando recebi uma mensagem instantânea do MSN. Quem já estaria acordado tão cedo nos EUA?
Ah, não era uma mensagem dos EUA, mas sim da Alice, que eu nem tinha visto, mas havia pegado seu IPhone.
Alice Hale diz:
Ah, vai Bells, o Ed não é rude.
Bella Swan diz:
Para de xeretar meus e-mails, isso é crime.
Alice Hale diz:
Deixa de se exagerada. Você liga o computador do meu lado e quer que eu não veja? Até parece. Ei, porque você disse a Rennée que o Edward fala coisas como “amor não existe”?
Bella Swan diz:
Porque ele fala.
Alice Hale diz:
E como você sabe? Ele te falou por acaso? Ele... disse que é contra meu casamento?
Pensei antes de responder essa... Nunca que eu ia falar a verdade.
Bella Swan diz:
Claro que não Lice... é que por tudo que aconteceu com ele, ele com certeza fala essas coisas.
Alice Hale diz:
Hm... sei. Bom, não julgue um livro pela capa.
Bella Swan diz:
Sei muito bem de onde vêm essas palavras. Você anda passando muito tempo com a minha mãe. Aliás, ela mencionou no e-mail que você ficou enchendo a bola do Edward pra ela. Não acredito que você alimentou as esperanças da minha mãe de eu desencalhar nessa viajem!
Alice Hale diz:
Não é assim também Bells. Eu só comentei que o Ed era lindo, rico, inteligente, resumindo, um bom partido, ótimo partido na verdade.
Bella Swan diz:
Olha os modos, hein, Alice? Você vai casar daqui a seis dias e seu noivo ta aí do seu lado. Falando nisso, muito cuidado com essas mensagens porque eu não quero o Jasper lendo elas e contando pro Cullen.  E em relação ao ótimo partido, eu não sei nada disso não. Ele parece ser um daqueles caras que teve o coração partido e agora parte o das outras mulheres.
Alice Hale diz:
Ei, relaxa, eu não troco o Jass por nada. Mas, sabe, o Edward não consegue se abrir. Eu acho que ele precisa da mulher certa, porque foi machucado demais.
Bella Swan diz:
Eu sei como é ser machucado, Alice, mas exatamente por saber como é, eu escolhi seguir em frente. E não machucar outras pessoas, porque eu sei como isso dói.
Alice Hale diz:
Desculpa Bells, não quis entrar nesse assunto.
Bella Swan diz:
Tudo bem, eu entrei também. Mas, podemos sair dele?
Alice Hale diz:
Claro. Mas, antes... será que você podia me matar uma curiosidade?
Bella Swan diz:
Desembucha, Alice, antes que eu me arrependa.
Alice Hale diz:
Você acha o Ed... atraente?
Ela perguntou aquilo, mas já sabia o que eu ia responder, eu até podia ouvir as risadinhas dela comemorando porque eu ia ter que falar alguma coisa boa do Cullen. Eu não podia negar, ele era... MUITO atraente, era, hm, gostoso na verdade. Daqueles do tipo que a gente vê e diz “ô lá em casa” ou pensa sem nenhuma fonte confiável “esse é bom de cama”. Se meu pai soubesse que eu acabei de pensar isso...
Alice Hale diz:
Você está demorando muito para responder... Swan.
Bella Swan diz:
Fala sério, Alice. Eu não sou cega, também! Eu não sou fã do Edward, mas também não posso dizer que ele é feio. É ÓBVIO que ele é atraente. E não me chame de Swan.
Alice Hale diz:
Eu sabiaaaaaaaa que você achava isso! Só o Ed pode te chamar de Swan, é?
Bella Swan diz:
Mas, ele perde todos os pontos por ser atraente a partir do momento que jogou um milk shake na cabeça e amassou o meu Will. Primeiro de tudo, que Swan não é um apelido fofinho de casal não. Foi apenas um jeito que ele encontrou que não seja tão íntimo, mas nem tão formal pra me chamar, só isso.
Alice Hale diz:
Bella, o negocio do milk shake foi só um acidente. E do mesmo jeito, o Ed é único que te chama assim.
Bella Swan diz:
PORQUE NÃO SOMOS ÍNTIMOS, ALICE!
Alice Hale diz:
Ok, deixa pra lá.
Bella Swan diz:
Você vai parar de tentar me jogar pra cima dele??
Alice Hale diz:
Hm...não, eu só quero falar do casamento, agora. Você acha que o seu vestido de madrinha vai precisar de ajustes? É que se precisar, a governanta da casa do meu tio também é costureira.
Bella Swan diz:
Eu provei semana passada, acho que não vai precisar se eu me controlar um pouco com as refeições.
Alice Hale diz:
Ok, então.
Bella Swan diz:
Ei, a sua prima, já vai estar a nossa espera em Florença?
Alice Hale diz:
Ah, com certeza, a Rose adora casamentos. Ela é filha do irmão da minha mãe, o dono da casa. Mas como o meu tio mora na Califórnia, ele só passa as férias na casa. Já a Rose, quando se formou no colegial, veio fazer faculdade de moda em Barcelona. Ela terminou ano passado e está até pensando em vir pra NY. Você vai gostar dela.
Bella Swan diz:
Ah, com certeza.
Alice Hale diz:
A ultima vez que eu fui ao Rancho do meu tio eu devia ter uns 13 anos... estou ansiosa pra ver de novo!
Bella Swan diz:
Hm... Alice, mudando de assunto... eu fiquei curiosa com uma coisa, os pais do Jass são casados ainda?
Alice Hale diz:
Bem, mais ou menos. Eles vivem entre idas e vindas. Já se divorciaram oficialmente, mas se arrependeram menos de um mês depois, casaram de novo e fizeram um cruzeiro pelo Caribe. Eles com certeza não são um casal que caíram na rotina. Mas, por que a pergunta?
Bella Swan diz:
Ah, por nada. É que com todo esse papo de casamento eu percebi que nunca tinha perguntado sobre os pais do Jasper.
Alice Hale diz:
Aham... e isso não tem nada a ver com você estar curiosa sobre o Edward, certo?
Bella Swan diz:
Chega, cansei do Cullen. Vou desligar o Will e tentar cochilar, porque não vai ser fácil fazer isso ouvindo Beatles.
Alice Hale diz:
Isso,vai fugindo... Swan.

Fechei a janela da conversa, mas não antes de ver a mensagem da Alice. Fugindo, só se for desse estabanado pra não levar outro milk shake na cabeça.  Olhei o relógio. Me distraí com a conversa com a Alice e percebi que tinha se passado uma hora. Agora já eram 10 horas. Mas, o tédio me consome, vamos ter que ficar nesse carro ouvindo Beatles pelo menos até as 13:00, que é quando a gente deve parar pra almoçar.

Edward PDV
A Swan parece que está morrendo lá atrás, juro. Tudo porque ela não gosta de Beatles, de BEATLES. Pra mim, essa é a maior banda de rock de todos os tempos e essa garota não gosta, na verdade, eu acho que tudo que eu gosto, ela não gosta.
Ontem chegou a ser cômico a nossa ceninha no elevador. A boca dela abriu em um perfeito O quando eu falei a minha opinião sobre amor. Ela gritou e me passou aquela lição de moral. Eu sinceramente, não ligo, como se ela fosse a primeira a me dizer “supere”. O que me intrigou foi o jeito que ela falou, parecia que ela entendia o que eu passei, mas quando eu perguntei se ela já tinha sofrido por amor, ela desconversou. E ainda me ameaçou caso eu atrapalhasse o casamento do Jass. Eu fiz a minha parte, alertei ele quando ainda dava tempo.
Mas, como eu disse pra Swan hoje mais cedo, talvez seja melhor viver iludido, do que viver como eu vivo, pegando uma por noite sem nem lembrar o que aconteceu na manhã seguinte. Muitos homens se orgulhariam disso, mas eu não sou mais um colegial fazendo apostas com os colegas pra ver quem fica com mais garotas, mas eu preferia ter uma pessoa que eu amasse, e ME amasse. Infelizmente, eu já desisti isso há 3 anos, e acho que sinceramente não vou conseguir “achar a mulher certa”, se é que isso existe no meu caso.
Já estou dirigindo há mais de uma hora, e tá todo mundo muito entediado. Eu só consigo ouvir o CD e os roncos do Emmett. A anta perguntou ontem se eu roncava, mas é ELE que ronca. Só Deus sabe o quanto foi difícil dormir ontem.
Olhei pra Swan pelo retrovisor. Ela estava de olhos fechados e tentava dormir. Mas, a expressão dela era como se ela estivesse... meio brava, acho. Ela parece ser daquelas românticas incuráveis (apesar de eu desconfiar que ela já teve um motivo pra deixar de ser assim), e parece fazer de tudo pelos amigos dela. Acho que ela é do tipo que “não leva desaforo pra casa”, pelo que aconteceu ontem com o milk shake e tudo mais.
Ela era uma mulher bonita. Tinha cabelos castanhos e levemente ondulados, olhos da mesma cor que o cabelo, e um bom corpo, eu era bem mais alto do que ela. Mas, porque diabos estou pensando nessa garota que eu mal conheço? Deve ser porque apesar do pouco tempo que a conheço, não foram poucos os nossos conflitos. Onde já se viu, armar barraco no avião porque eu estava “amassando” o notebook dela, que ainda por cima se chama Will! É mesmo muito... AI! ISSO DOEU! Alguma coisa tinha me acertado na cabeça e eu parei o carro bruscamente. O Emmett acordou igual a uma criança de 5  anos, pedindo mais 5 minutos para descansar. Olhei para trás furioso, atrás de quem tinha me jogado um cortador de unhas. A Swan me olhava com cara de culpada.
- Eu juro – ela falou – dessa vez eu não quis armar confusão! Eu só joguei o cortador pra ver se o Emmett acordava. Não foi como eu planejei... mas acabou dando certo, ele acordou. – ela sorriu amarelo.
- Poxa, Bells, porque você queria me acertar? – Falou Emmett – Eu tô aqui na minha, tirando o meu cochilo, sem incomodar ninguém.
- Aí que você se engana, Emmett – Alice falou – Parece que você tem um urso na goela, de tão alto que está roncando.
- Alice, não exagera, vai. – Emmett falou.
- Antes ela estivesse exagerando - falei.
- Poxa, Ed, até você?
- Nem vem com esse papo de Ed...
- Olha, Emmett, é o seguinte – falou a Swan – você ronca muito alto e isso atrapalha todo mundo. Então eu declaro pro seu bem, e pelo bem do cabeçudo do Cullen, que você está proibido de dormir nesse carro.
- Há, agora eu sou cabeçudo?
- É óbvio, senão o cortador não tinha acertado você!
- Você é que tem péssima pontaria!
- CHEGA, VOCÊS DOIS! – gritou o Emmett – Se eu não durmo, vocês também não brigam!
- Deixa, Emm – falou Alice – aqui tá tão calminho... mais uma troca de farpas entre a Bella e o Ed até que ia animar as coisas.
- Fica na tua, Alice – falou a Swan, e a Alice se limitou a dar aquelas risadinhas dela. Eu bem vi as duas trocando mensagens mais cedo... e também vi o olho grande do Jasper pra cima do telefone da Alice. Não que eu seja chegado a fofoca... mas se elas tiverem falado alguma coisa de mim, o Jass vai me contar.
Todo mundo calou a boca e estava tudo silencioso de novo. Até que a nossa peça rara resolveu falar.
- EI, GENTE. Eu tive uma idéia!!
- O que foi dessa vez, Emmett? – Falou Jass
- É que, tá tudo tão chato... e essa já é a segunda rodada desse CD dos Beatles. Porque a gente não joga alguma coisa?
A Alice que parecia ser a mestra em animação, logo se interessou:
- Que jogo, Emm??
- Ah, o meu favorito quando eu era criança: Abecedário.
Ouvi uma gargalhada vinda da Swan.
- Qual é, Emmett – ela falou – não temos mais 5 anos.
- Falou agora a mulher que curte Disney e gibis. – Revidou Emmett.
A Swan corou, e murmurou um“ é diferente”.
- Então, gente – continuou o Emmett nessa palhaçada – quem tá dentro?
- Eu vou, eu vou! – falou Alice. – Vamooos, Jass! Pooor favooor!
- Tudo bem, Lice, vou jogar.
Amor é uma droga mesmo, hein? Como se eu não soubesse que o Jasper só vai jogar porque a Alice pediu.
- E vocês dois? – Falou o Jasper, se referindo a mim e a Swan. – Vão também?
- Não conte comigo. – respondi.
- Com medo de perder, Cullen? – Céus, porque essa garota adora me provocar?
- Não, só acho isso muito infantil.
- Pois, eu acho que você tem medo de perder pro pessoal.
- Pois, você está errada.
- Eu te desafio, então.
- Você me desafia, é? – respondi – Pois bem, então eu te desafio também. Se você jogar, eu jogo.
- Estou dentro – falou ela.
- Então, eu também.
- Ótimo – comemorou Alice, batendo palminhas – Eu sabia que essa implicância de vocês dois ia servir pra alguma coisa.
- Então, deixa eu explicar o jogo. – falou o Emmett – Como estamos em um carro, e o Edward tá dirigindo, vamos só falar. Os 3 primeiros que falarem a palavra da categoria ganham 10 pontos. O quarto ganha cinco e o ultimo não ganha nada. Vão ser 20 rodadas. Quem no final de todas as rodadas tiver mais pontos, ganha.
                                                                                ***
Passamos um bom tempo jogando abecedário. Tenho que admitir que eu não fazia isso desde que eu tinha uns 12 anos, e acabou sendo bem divertido... principalmente porque eu ganhei, hehe. Na verdade, eu e a Swan empatamos e eu venci, quando ela não achou nenhum país com Z. Eu lembrei de um país com nome muito estranho, chamado Zimbábue. Eu só lembrei dele, porque uma vez eu tive um cliente que tinha descendência de lá, e acabou me contando toda a história sobre a sua família. A Swan ficou brava, eu percebi, mas disfarçou e respondeu “vai ter volta, Cullen”. Na hora eu ri, mas eu não duvido nada que ela arme alguma coisa mesmo.
Já são 14:00 e a barriga do Emmett já está roncando, mesmo.Ele comeu uns 4 yogurtes que a Alice trouxe, de tão esfomeado que ele está. Acabei de estacionar no restaurante de beira de estrada que a gente achou. Eu não parei antes, porque não tinha NENHUM lugar que vendesse comida.
Bella PDV
AI, QUE FOOOME! Sério, eu já comi dois yogurtes que a Alice trouxe, e só não comi mais pra não parecer mal educada. A baixinha me viu devorar tudo com aquele olhar sábio do tipo “eu te avisei”, o que no caso era verdade.
Finalmente achamos um restaurante e o Cullen estacionou.  O Emm saiu correndo do carro, mais esfomeado do que eu, só ele mesmo. O Emmett também só tem essas idéias. Onde já se viu, jogar abecedário, indo pra Florença. E onde já se viu um país chamado Zimbábue. AFF! Mas o Cullen vai ver só. Vou arrumar algum joguinho onde ele vai perder, e perder, pra mim.
Acabamos de entrar no restaurante. Apesar de ser no meio da estrada, ele é bem arrumado por dentro e tem uma aparência bem pitoresca. Espero que a comida seja boa. E dessa vez eu vou pedir pra mim.
O garçom acabou de vir aqui na mesa, e pelo que eu entendi o Cullen pediu o cardápio. Hm... tem tanta coisa boa aqui. Vou optar por uma porção de Brusqueta de tomate seco e por um Fetuccini com frango e legumes. Dane-se o vestido de madrinhas, eu posso ajustar ele depois. Agora eu quero é comer!!!
Jasper logo entrou em um assunto de futebol com Edward e Emmett e eu e Alice ficamos conversando sobre o restante dos preparativos do casamento. Graças aos Céus a comida veio logo, e depois só se ouvia o barulho dos talheres, porque todo mundo estava com muita fome pra ocupar a boca com alguma coisa que não fosse a deliciosa comida.
Terminamos. O Cullen foi logo falando que ia pagar.
- Eu faço questão de pagar a minha parte – falei.
- Ótimo – ele respondeu – se você é orgulhosa demais pra não aceitar nem que eu pague um almoço, pague a sua parte, então. Eu que não vou insistir.
Cullen de uma figa!
- Não sou orgulhosa, só quero dividir os gastos. – respondi.
-Mas, estou sendo gentil, e me oferecendo pra pagar o almoço. É até falta de educação recusar.
- Ok, Cullen. Então...
- Podemos ir? – perguntou Jass.
- Ainda temos que pagar – respondi.
- Não temos não - ele falou mostrando a nota fiscal - Vocês ficaram tão entretidos na discussão, que nem perceberam quando eu saí pra pagar o almoço.
- Mas, Jass...
- Deixa pra lá, Bells. Dá próxima a gente divide. Agora, só vamos embora, porque eu não vejo a hora de chegarmos a Florença.
Seguimos para fora do restaurante e para minha surpresa, vi que o Jass que ia dirigir. A Alice deu um jeito de ficar no meu antigo lugar, alegando mais espaço pra mala, agora que o Jasper ia dirigir, e me deixou no meio, do lado do Cullen. Estávamos tão próximos que eu sentia meu braço roçando no dele, apesar de tentar impedir isso. Quando o Jass ia ligar a rádio eu falei:
- Deixa sem rádio dessa vez Jass. Não quero ouvir rádio italiana, e muito menos, ouvir pela quarta vez o mesmo CD dos Beatles. E eu não quero saber, se alguém for contra mim. – Falei olhando na direção do Cullen. Ele se limitou a bufar, ainda bem. Resolvi que agora, era a hora perfeita para o meu cochilo que foi tão adiado.
                                                                                ***
Acordei com dedos desconhecidos me cutucando hesitantes. Abri os olhos. Ainda estávamos no carro, mas agora já parecia ser umas seis da tarde. Reconheci aqueles dedos, como os do... Cullen? Foi quando eu percebi que enquanto eu dormia, minha cabeça deve ter escorregado para o ombro dele, e ter ficado lá durante todo esse tempo. Quando percebi isso, quiquei no banco de tão assustada com a cena bizarra.
- Acordou, Bella Adormecida? – perguntou Alice.
- Eu...
- Acabamos de entrar em Florença, então pedi pro Ed te chamar, por mais que você estivesse uma graça dormindo no ombro dele.
Fuzilei Alice com os olhos e me virei para o Cullen. Ele parecia ter achado a cena tão bizarra quanto eu.
-A minha cabeça... - comecei
- É, escorregou. – ele terminou.
- Hm... foi mal por isso.
- Deixa pra lá.
Ele estava aparentemente desconfortável com a cena, e eu idem. Então resolvi ficar na minha e observar a paisagem pela janela da Alice. Claro que eu não perdi a oportunidade de sussurrar um “você me paga, Alice Hale”. Florença, apesar de pequena, tinha vários estabelecimentos, como restaurantes, lojas, farmácias, um hotel e até mesmo um clube de dança latina. As praças eram todas muito bonitas, com flores e fontes.
Passamos pelas lindas casinhas de famílias, e cerca de quinze minutos depois comecei a avistar o que seria o Rancho do tio de Alice. Ele era um pouquinho afastado da cidade, por ser uma propriedade tão grande. E bota grande nisso. Agora que estávamos mais próximos, eu podia ver a imensidão da casa, a piscina gigantesca, os estábulos com animais, um lindo vinhedo e até mesmo uma quadra para esportes.
Na frente de tudo, tinha um portão cercando toda a propriedade. Ele se abriu quando Jasper falou quem era pelo aparelhinho de comunicação entre a casa e os visitantes. A voz, que eu imaginava ser da governanta, falou alguma coisa que eu não entendi, porque parecia que o inglês dela era muito ruim.
Jasper estacionou a poucos metros da casa, e na frente dela, havia uma senhorinha baixinha, de olhos bem azuis e gordinha, que quando chegamos  na entrada da casa, abriu os braços, e falou em um inglês muito ruim misturado com italiano:
- Sejam bem-vindos ao Rancho de Otávio Masen. – Ela sorriu – Alice, minha querida, é um prazer revê-la. – E veio dar um abraço coletivo em todos nós.    

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