sexta-feira, 20 de abril de 2012

Walter Salles fala da adaptação “Na Estrada – On the Road”

Em entrevista ao O Globo, Walter Salles, o grande cineasta brasileiro responsável pela adaptação cinematográfica do clássico de Jack Kerouac – On the Road – comentou sobre a expectativa para o lançamento do longa, a emoção por concorrer a Palma de Ouro em Cannes, a escalação de jovens atores como Kristen Stewart e muito mais.
Salles juntou-se a esse desafio há oito anos. O diretor rodou os EUA, refazendo a viagem dos personagens Sal Paradise e Dean Moriarty, e entrevistou sobreviventes e admiradores do livro — o material dará origem a um documentário.
O que “Na estrada” representa para sua carreira?
“On the road” é um amor de juventude. Eu tinha 18 anos e me apaixonei pela liberdade radical dos personagens de Kerouac, pela narrativa ritmada pelo jazz, pela forma como o sexo e as drogas são tratados à flor da pele, pela estrada como busca não só do outro, mas de si mesmo. O livro era diferente de tudo o que vivíamos no Brasil dos anos 1970 e do mundo em que eu vivia. Houve um antes e depois dessa experiência. O filme é o resultado de uma obsessão que começou nessa época. 
Em “Na estrada”, você teve à sua disposição um elenco de jovens estrelas americanas, algumas, como Kristen Stewart, com uma base de fãs gigantesca. Certamente isso vai expandir o público do filme. Como você acha que a história será recebida pelos jovens de hoje?
“On the road” fala dos desejos de juventude, da necessidade de se experimentar as coisas na pele e não por procuração, da importância de se viver cada instante como se fosse o último, do primado da intuição sobre a razão. O livro propõe uma espécie de ressensibilização dos corpos e das mentes. Será que isso toca as pessoas hoje? Espero que sim. Ao mesmo tempo, é bom lembrar que o público que os atores atraem para certos filmes não se transfere necessariamente para outros.

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